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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Cristão: Cidadão do reino de Deus no mundo

O cristão é cidadão do Reino de Deus no mundo. Ele vive o agora e o que será vivido plenamente a partir do juízo final. Neste mundo em que vive o agora, o cristão pode contar com o amparo das instituições legais que o auxiliam na vida social, portanto, ele deve cumprir seus deveres, mas também deve buscar o cumprimento dos seus direitos individuais e coletivos, fazendo valer o que está escrito na Constituição Federal, no Código Civil, no Código do Consumidor etc.

Além disso, o cristão também precisa aprender a lutar e vencer as oposições espirituais do mundo, ou seja, as tentações da carne, as ofertas imorais que se apresentam diariamente, os impulsos emocionais que muitas vezes extravasam em gestos e palavras ofensivos. Por isso, como alguém que se encontra entre “o já e o ainda não” e que, por tanto, vive no mundo mas aguarda um novo céu e uma nova terra, há três atitudes simultâneas que o cristão deve tomar:

1ª - Vencer este mundo: apesar de Deus amar o mundo que criou, Ele não enviou Jesus para transforma-lo mas para salvar e vencer o mundo. Jesus disse: no mundo tereis aflições, tende coragem, eu venci o mundo (João 16.33). Jesus venceu este mundo e compartilhou a sua vitória! João diz: Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo (1 João 4.4). porque todo aquele que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé (1 João 5.4).

O que significa vencer o mundo? Significa não viver só de pão mas de toda a palavra que procede da boca de Deus. Significa não viver ansioso por coisa alguma, antes viver buscando em primeiro lugar, o Reino de Deus e sua justiça. Significa andar no Espírito e não na carne. Significa buscar a sabedoria do alto e não a da terrena. Significa amar e não desprezar; bendizer e não maldizer; abençoar e em vez de amaldiçoar; perdoar em vez de se vingar. Significa não viver na cobiça do sexo, do dinheiro e do poder, porque o mundo passa com tudo isso; porém aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre (1João 2.17).


2ª - Ser transformado: O mundo não muda, quem muda somos nós. O apostolo Paulo disse: Não vos conformeis com este mundo, mas sejam transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12.2).

Essa metanóia é uma ação do Espírito Santo que vai ocorrendo na medida em que nos entregamos diariamente como uma oferta vivia ao Senhor, nos esvaziado de nós mesmos, do nosso ego, e somos enchidos pelo próprio Espírito (Efésios 5.12).

3º - Viver a vida de Jesus: Jesus disse em João 15.1-5, que Ele é a videira e nós somos seus ramos. Isso implica que somos extensão dEle; nos alimentamos da mesma vida dEle; somos cuidados pelo mesmo Agricultor dEle, o Deus Pai. o fruto que damos é produto dEle. Portanto, como um ramo da Videira, não temos mais vida própria neste mundo. A vida que agora vivemos é Cristo, de modo que, devemos viver neste mundo a vida que se vive no mundo futuro, onde a vontade de Deus é feita.

O apóstolo Paulo afirma: Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos... Pois quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado, mas quanto a viver, vive para Deus (Romanos 6.8-10). Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; (Gálatas 2.20) ...Cristo em vós, esperança da glória (Colossenses 1.27). Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus, quando Cristo que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória (Colossenses 3.3, 4).

A vida de Jesus está em nós porém precisa manifestar-se. O fruto é a manifestação da vida de Jesus; é a boa obra que temos que praticar: Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. (Mateus 5.16).

David Livingstone, foi exemplo de alguém que viveu a vida de Cristo. Ele nasceu na Escócia, em 1813. Em sua mocidade, ele decidiu propagar o cristianismo na África e tornou-se o maior missionário que aquele continente já conheceu.

Em suas viagens pelo interior da África, ele estudou a natureza e descobriu dezenas de espécies de raízes comestíveis e de frutos do deserto, que não eram cultivados. Com esses estudos tornou-se um médico naturalista, ajudando pessoas que vinham de povoados às vezes muito distantes, para receberem seu tratamento.

Percorreu todo o interior da África, onde perdeu sua própria esposa, vitimada por uma febre fatal. Mesmo assim, continuou sua missão de pregar o amor de Cristo. Estava muito próximo de realizar um de seus sonhos, que era encontrar a nascente do rio Nilo, quando faleceu.

Certo dia seus companheiros de peregrinação o encontraram morto de joelhos ao lado da cama; no momento de sua partida, estivera conversando com Deus, de quem sempre falava aos nativos. Ali mesmo, em baixo de uma árvore, foi enterrado o coração de Livingstone.

Depois de alguns meses, os companheiros africanos de Livingstone levaram seu corpo embalsamado, até a costa do Atlântico, onde seria transportado para sua terra natal. Na Abadia de Westminster, ele foi sepultado entre os monumentos de reis e heróis da Inglaterra. Em seu túmulo, foi escrito: “O coração de Livingstone ficou na África, seu corpo descansa na Inglaterra, mas sua obra continua.”

Anos mais tarde, outros missionários resolveram retomar os caminhos de Livingstone na África. Quando começaram a falar de Cristo e de seu amor, ficaram surpresos ao ouvir dos nativos:

- “Nós já conhecemos esse homem! Ele viveu aqui conosco!” - “Não é bem isso. Estamos falando de Jesus Cristo, que viveu há quase dois mil anos”- explicaram os missionários ingleses. - “O homem que você falou esteve por aqui também” – responderam os africanos.

O amor de Livingstone por Cristo foi tão grande que foi confundido com o próprio Cristo. Todo cristão verdadeiro deve desejar ser confundido com Jesus. E isto é possível, pois Jesus está presente no coração que quem crer nEle!

Portanto, se você é um cristão, você pode e deve enfrentar os desafios deste mundo porém sem ser corrompido, exercendo sua cidadania terrena e a divina. Ambas são importantes e necessárias para que o mundo veja que você não é um alienado, um fugitivo da realidade, e também não é um revoltado ou licencioso. Você é sal da terra, é luz, é cidadão do Reino de Deus no mundo.

Pr. André Santos de Almeida

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